quarta-feira, 7 de julho de 2010

LÁGRIMAS DA NATUREZA



A brisa fria, triste e suave
Rasteja chorando ao fim do dia
Espalhando suas lágrimas com o vento
A natureza lacrimeja em agonia
Lágrimas que não trazem suas terras perdidas
Lágrimas que não curam a terra ferida
Lágrimas choradas por matas devastadas
Lágrimas perdidas nas águas poluídas
Lágrimas que escorre nas árvores retorcidas
Lágrimas aquecidas no sol das estiagens
Lágrimas deprimidas no vazio das paisagens
Lágrimas de coragem diante dos inimigos
Lágrimas esfumaçadas espalhadas no infinito
Lágrimas de amor pelos filhos da selva
Lágrimas de pavor das lâminas das motos-serras
Lágrimas da terra que desintegra e faz poeira
Lágrimas das árvores que viram carvão nas carvoeiras
Lágrimas de saudade daquela terra brasileira
Lágrimas das palmeiras onde cantavam os sabiás
Lágrimas saudosas da carta primeira
Onde Caminha escrevera
"Aqui se plantando tudo dá".

Autor: José Augusto Cavalcante

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